Artigo

O sonho que se tornou realidade

É impossível negar que nas últimas décadas a história do bairro de Piedade esteve intimamente ligada à Universidade Gama Filho. Tudo começou no ano de 1939, com o modesto Ginásio Piedade, contabilizando 136 alunos em cinco salas de aula. Tempos depois, o Ginásio virava Colégio e iniciava-se a destacada atuação da Gama Filho no esporte, a partir das aulas ministradas pela nadadora Maria Lenk, primeira mulher sul-americana a participar de uma olimpíada. Na mesma época era inaugurada a Fundação Luiz Gama Filho, que prestava assistência médica à população do bairro.

Em dezembro de 1947, o vereador Gonzaga da Gama Filho assumia a presidência administrativa do River Futebol Clube. Chegaria a presidente da Câmara Municipal, deputado federal e ministro do Tribunal de Contas do então Distrito Federal.

No ano de 1951, nascia a Faculdade de Ciências Jurídicas do Estado do Rio de Janeiro – a primeira do subúrbio. Como a instituição, o bairro de Piedade também cresceu durante toda a década: calçamento e iluminação das ruas, o início do refino do açúcar União, o comércio em torno do complexo educacional. Nos anos que se seguiram, tornou-se realidade o sonho do ministro Gama Filho, de "transformar o velho Colégio Piedade em uma autêntica universidade".

Mas a Universidade Gama Filho continua em crescente expansão, acompanhando as necessidades de desenvolvimento regional e nacional e, ainda hoje, modificando a história do bairro que a abriga. Provas mais recentes são o Centro Cultural Gama Filho e o acordo que foi assinado no último dia 14 de março – quando a Instituição completou 58 anos – modificando o nome da estação de trens local para Piedade-Universidade Gama Filho.

A preocupação com o passado (o Museu Universitário Gama Filho está ganhando novas instalações) e com o futuro (que pode ser traduzida pelo recém-criado Núcleo de Multimídia) tem permeado sempre sua atuação presente.

Hoje, toda a estrutura física e humana da Gama Filho fazem da instituição uma universidade completa – não definitiva, pois acompanha as exigências que o mercado e a comunidade lhe fazem. Tanto quanto a Universidade Gama Filho, merecem parabéns nesta data os milhares de estudantes, professores, funcionários e todos os que, durante estes 58 anos, acreditaram e ajudaram a tornar realidade o sonho de um homem que dizia não sentir-se realizado – no entender do ministro, "o homem que sonha nunca se realiza".


AJ Chaves é jornalista e mestre em Ciência da Informação.

Artigo escrito em março de 1997, na função de coordenador da Assessoria de Comunicação da Universidade Gama Filho, publicado no jornal "O Globo", edição de 3 de abril de 1997, caderno Zona Norte, p. 2, e republicado no jornal "Painel Universitário", edição de maio de 1997.
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Crédito da foto acima: Centro de Documentação, Informação e Memória (Cedim) do Estado do Rio de Janeiro, sob licença Creative Commons.